sexta-feira, 10 de agosto de 2012


O papel do pai é o de mostrar o sonho e a lei.

Há muitos e muitos anos atrás, os pais conviviam mais com os filhos do que as mães. As tarefas do campo ou artesanais faziam dos pais o primeiro professor de ofícios. Segundo Robert Biy, conferencista americano, escritor do livro “João de Ferro” sobre o psiquismo masculino, durante a estada no ventre da mãe o filho aprende a afinar-se com a freqüência feminina, mas com o pai essa freqüência é aprendida com o conviver.
 Com a vinda da era industrial, há 150 anos atrás, a cada geração aumenta o afrouxamento do laço entre pai e filho. O pai trabalha fora de casa e o filho não só não aprende seu oficio como tambem deixa de sintonizar seu corpo numa vibração masculina. Segundo o autor, os filhos que não tiveram passado por essa sintonização sentirão fome de pai durante toda a vida”. Este pai do qual estamos falando não é só o progenitor, muitos pais substitutos podem trabalhar com os jovens: tios podem estimular seu crescimento, avós podem  lhes contar histórias, velhos podem ensinar rituais e tradições; todos eles pais honorários.
Em “ João de Ferro” temos um retrato da atual situação da sociedade contemporânea sob a acusação de ter “pais de menos”. Com essa distância e desconhecimento do ofício do pai, como imaginar que ele é um herói? Como saber que o pai é um lutador do bem? Some-se ao imaginário (ou até por ele), os filhos, as mães e a própria mídia mostrarem os pais como objetos de riso  como vemos nos comerciais de TV, promovendo uma ridicularização deste papel : torna ainda mais difícil a posição de mentor.
E como fazer a função paterna retomar seu vigor e importância? Voltando ao passado, quando o filho aprendia, “junto ao pai, ao consertar pontas de flechas ou arados, ou lavar pistões na gasolina, ou cuidar dos partos junto aos animais” ?
O que o pai moderno pode contar ao filho sobre  o seu trabalho? Serão éticos os princípios que o fazem acordar todo o dia cedo e ausentar-se de casa? Trabalha-se por gosto do ofício? Por dinheiro? A empresa é idônea? Respeita o meio ambiente? È um trabalho digno de orgulho? Esse guerreiro luta pelo quê? Qual é o seu sonho, seu ideal? Continua lutando...desistiu?
Há muito o que ensinar na era do conhecimento, há de se valorizá-lo como os cavaleiros medievais aos seus tesouros. Há também que se reinventar essa versão de pai contemporâneo. Se os antigos tinham as espadas agora estes têm a lei e a ética. Aos pais cabe ainda e talvez principalmente, cortar a relação simbiótica entre mãe e filho, como apontou Freud, e fazer esse filho crescer como pessoa, fora da superproteção da mãe, mostrando a lei da vida, preocupando-se com o futuro adulto, colocando limites que serão fundamentais ao convívio social de um futuro cidadão.Temos visto muitos pais com fortes intenções de cumprirem seu papel, alguns muito ríspidos e intolerantes outros excessivamente tolerantes com os erros dos filhos, mas ambos com boas intenções. È claro que o segredo esta no meio termo, mas isto é fácil de escrever e difícil de fazer. Nosso conselho é que continuem com seus cuidados, sem esquecerem que é com vocês que eles aprenderão o papel masculino: A menina escolherá seu marido “ideal” e o menino se tornará “O” pai.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Que pais e mães eduquem de forma diferente !


Que pais e mães eduquem de forma diferente !

. Os pais não precisam educar os filhos da mesma forma que as mães. O aconselhável é que sejam diferentes !
Feita essa afirmação assim, sem preparo prévio , ela sempre causará descrédito e até uma certa indignação, mas pensem comigo:
 Mãe é amor incondicional, a mãe ama no presente. O pai ama se a lei for cumprida, sua preocupação é o futuro do filho. As duas formas de amar são necessárias mas levam a ações diferentes..
Explicando um pouquinho mais, para uma mãe, nada do que o filho possa fazer  de mau faz com que ela deixe de amá-lo. Para ela, a proximidade com o filho é tanta, (pudera, conviveram o mesmo corpo durante 9 meses), que há uma certa dificuldade em perceber onde começa um e termina o outro. Em alguns casos diz-se que se consegue “enxergar”  um cordão umbilical entre mãe e filho. Isso faz muito bem para a segurança e auto-estima da criança, mas não a faz crescer. Se ninguém intervir, o filho será para sempre o “nenê da mamãe”.
Já o pai, inicialmente não tem essa ligação tão estreita. Na verdade ele é apresentado ao filho através da mãe. O seu instinto de cuidar é despertado primeiro para com a mulher amada e, é ela quem lhe diz que vai ser pai. Sua preocupação com a continuidade o faz cuidar do presente e se preocupar com o futuro. Sua cobrança é  social. Como será o futuro desse filho?
Esta perspectiva julgará  todos os atos do filho e determinará a relação entre eles..
 Algumas mães não querem abdicar nunca desse papel de intermediária e não permitem que o pai eduque, a menos que seja como ela quer e acha que deve ser.
Mas é impossível que duas pessoas diferentes ajam igualmente, o que vai enriquecer as experiências da criança que, no futuro terá que se relacionar com muitas diferenças individuais. Essa barreira que algumas mães fazem por não querer conflitos em casa, transforma-se em perda na qualidade da educação. No fundo elas estão subestimando a capacidade de pais e filhos, além de dispensar uma ajuda que fará falta na formação de uma  personalidade  mais adequada socialmente.
O pai tem o papel de representar a lei na casa. Seu papel de educador tem que ser o “ estraga prazeres” colocando limites. É claro que esse também é o papel da mãe, só que ela terá dificuldades pessoais nessa tarefa. Não estamos falando de mandar escovar o dente ou tomar banho, estamos falando de exigir que o filho seja bom aluno, comporte-se de forma civilizada e saiba os limites do seu espaço dentro de casa.
Quanto ao grande número de famílias cujos pais não reconheceram a paternidade dos filhos, o papel paterno pode ser exercido por alguém do sexo masculino próximo à família. O engajamento comprometido de um padrasto, avô ou tio será de grande valia.
E quanto ao mito do casal coerente e que educa igual, pensem que apenas alguns valores universais como honestidade, respeito, lealdade e respeito pelas diferenças é que deverão ser comuns.