domingo, 18 de abril de 2010

As sanções Construtivistas.

As sanções Construtivistas.

“Os professores construtivistas não “disciplinam” as crianças no sentido de controlá-las ou puni-las. Ao invés disso, as alternativas construtivistas a esse tipo de disciplina centram-se em estratégias de apoio à construção pelas crianças, de convicções sobre o relacionamento cooperativo com outros. A distinção de Piaget entre sanções expiatórias e por reciprocidade é a base para o planejamento das reações a maus atos.”
O trecho acima foi retirado do livro A ética na educação infantil, a que já me referi em outros textos já publicados aqui. Este conceito expresso neste pequeno texto é a base da “metodologia” da construção da moral, entendendo método como o fazer no dia-a-dia diante do comportamento inadequado do aluno ou filho.
Como lidar com o comportamento agressivo, insensível, desobediente, descontrolado e outros?
Alem de combinar regras, o que fazer quando elas forem ignoradas?
A teoria propõe que vigiemos nossas ações para que elas não tenham uma postura expiatória, ou seja que elas não tenham a intenção de fazer a criança pagar pelo que fez e a nossa postura transpire a de um executor. Uma vez submetida a pena expiatória ( similar ao antigo ajoelhar no milho) a criança sente que já não deve mais nada, expiou sua culpa, pode fazer de novo. A consciência do mal praticado por ela fica por conta do adulto, não permitindo que ela desenvolva um raciocínio moral autônomo.
A postura construtivista deve ser em primeiro lugar calma, para que a criança realmente perceba que estamos apenas cumprindo uma regra que foi combinada de forma clara e que é conseqüência da ação da própria criança. Só ela é responsável por aquela sanção, quando muito podemos ser apenas solidários com o erro infantil, mas sem deixar de aplicar a sanção por reciprocidade. Essas sanções podem ser:

1 – Conseqüência naturais (a privação resulta diretamente da ação, (quebrou ou perdeu)
2 – Compensações (consertar ou substituir)
3 – Privar o transgressor do objeto mal-usado ( um brinquedo, computador, etc)
4 – Exclusão do grupo até que consiga seguir as regras do mesmo. ( do jogo ou da atividade)
5 – Fazer à criança o mesmo que ela fez. (só no caso de recusar ajuda-la)
6 – Censura ( para que perceba a transgressão do vínculo de solidariedade decepcionando)
Na escola, a fim de deduzirem a possibilidade de as crianças sentirem as conseqüências como arbitrárias e punitivas, os professores construtivistas seguem nove diretrizes que protegem a autonomia das crianças. ( em casa podem ser adaptadas)
1 – Evite sanções expiatórias
2 – Encoraje a associação lógica das conseqüências
3 – Quando as crianças sugerirem uma conseqüência muito severa para o amigo peça para que o transgressor diga o que sente e apóie esse sentimento
4 – Verbalize a relação de causa-efeito, quando ocorrem conseqüências naturais.
5 – Permita seletivamente, a ocorrência de conseqüências naturais. ( ex.: tratar do amigo que machucou)
6 – Ofereça oportunidades para a compensação. (Consertar o que fez)
7 – Quando a exclusão é utilizada, abra caminho para a readmissão.
8 – Quando as crianças excluem outras, ajude o excluído a encontrar um modo de reingressar na brincadeira e melhorar a relação com os companheiros
9 – Evite conseqüências indefinidas Ex.: a exclusão de um aluno da próxima excursão pode ser planejada de forma que em outra mini excursão ele retoma a confiança de que seguirá regras.

Posso testemunhar a eficácia dessa postura após anos de aperfeiçoamento na utilização desta prática. A disciplina encarada como a construção da moral pelo aluno é uma forma feliz de convivência entre todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem.

domingo, 11 de abril de 2010

avaliações

  • As avaliações Bimestrais

    A EMAK, define sua proposta de avaliação, através da análise de novos modelos de avaliações feitas pelo ENEM, SARESP, e outras. Nossa proposta não tem como objetivo preparar o aluno para “uma” avaliação, mas prepará-lo para as avaliações que enfrentará no futuro. Para isso, nossa equipe vem estudando os teóricos do assunto, como Philippe Perrenoud, Edgar Morin, César Coll.
    As mudanças na educação para o novo milênio são uma “imposição”da UNESCO no sentido de promover o desenvolvimento de um ser humano inteligente que resguarde a vida no planeta. Segundo a UNESCO, para tal a educação baseia-se em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer , aprender a ser e aprender a conviver.
    A avaliação como instrumento pedagógico surgiu por volta do séc. XVII e tornou-se indissociável do ensino. Segundo Perrenoud “A avaliação inflama necessariamente as paixões, já que estigmatiza a ignorância de alguns para melhor celebrar a excelência de outros. Quando resgatam suas lembranças de escola, certos adultos associam a avaliação a uma experiência gratificante, construtiva: para outros, ela evoca, ao contrário, uma sequência de humilhações.
    Tornando-se pais, os antigos alunos têm a esperança ou o temor de reviver as mesmas emoções de seus filhos.”

    Estando os pais envolvidos através do resgate dos afetos e desafetos, optamos por enviar sugestões fundamentadas para que, nesse momento de “paixões”, decidam da melhor forma, amparados em dados objetivos:

    · Os novos modelos de avaliação dão ênfase na aferição das estruturas mentais com as quais construímos continuamente o conhecimento e não apenas na memória que, importantíssima na constituição de nossas estruturas mentais, sozinha não consegue fazer-nos capazes de compreender o mundo;

    § O desenvolvimento destas estruturas mentais NÃO SE CONSEGUE DE UM DIA PARA O OUTRO (de véspera).

    § Diariamente são propostas atividades em sala que, no conjunto, visam este desenvolvimento. O ALUNO DEVE SER ATIVO NESSAS ATIVIDADES.

    § Para “estudar” adequadamente, o aluno deve desenvolver o hábito de estudo diário, reservando uma hora marcada do seu dia para tarefas escolares ou leitura.

    § A leitura compreensiva é a competência básica que permeia todas as demais, portanto deve ser incentivada pela família e pela escola.

    § Desta forma, mantendo essas perspectivas, com ajuda da família, o aluno que não tem dificuldades específicas não precisará estudar exaustivamente na véspera das provas.


    Como ajudar seu filho a estudar para as provas

    Um bom rendimento escolar começa, naturalmente, pela postura em sala de aula. Alguns alunos às vezes pensam que é possível recuperar em casa, individualmente, o tempo perdido em aula mal assimilada. Nada mais equivocado. O processo de aquisição do conhecimento não se desenvolve plenamente de modo individual, porém aprender o método de estudar é uma tarefa solitária, e pessoal. Cada pessoa sabe qual é a sua forma mais eficiente de desenvolver sua própria técnica de memorizar, relacionar e compreender. Pergunte ao seu filho como ele aprende. Assim você o estará ajudando a desenvolver seu método pessoal de estudo.
    Aos pais cabe fornecer o material necessário, local adequado e, apenas em algumas situações excepcionais, orientar o estudo. Às vezes, é importante esperar que o aluno tente através de seus próprios recursos, pois a confiança e a autonomia são companheiras indissociáveis.
    Não subestime seu filho, fazendo tudo por ele. Isto o tornará dependente e inseguro. Aprender, assim como andar, comporta facilitadores, mas só o próprio indivíduo pode fazer.
    Oriente-o, se for possível, apenas no que diz respeito a:

    · marcar hora do início e do fim do estudo ( nunca menos de uma hora);
    · estar bem acomodado (cadeira e mesa, nunca na cama);
    · escolher um local bem iluminado e longe da movimentação da casa;
    · não interromper com telefonemas ou respondendo e-mails...;
    · dispor do material necessário (livros e cadernos);
    · pedir ajuda excepcionalmente e “se” necessário;
    · refletir sobre o relatório de ocorrências e suas conseqüências;
    · não mudar o horário de estudo;
    · não propor trocas ou “barganhas”
    · combinar regras claras e do conhecimento de todos;
    · se não tiver trabalho e/ou tarefas, manter o horário de estudo, e ocupar-se com livros, gibis ou jogos educativos.