As sanções Construtivistas.
“Os professores construtivistas não “disciplinam” as crianças no sentido de controlá-las ou puni-las. Ao invés disso, as alternativas construtivistas a esse tipo de disciplina centram-se em estratégias de apoio à construção pelas crianças, de convicções sobre o relacionamento cooperativo com outros. A distinção de Piaget entre sanções expiatórias e por reciprocidade é a base para o planejamento das reações a maus atos.”
O trecho acima foi retirado do livro A ética na educação infantil, a que já me referi em outros textos já publicados aqui. Este conceito expresso neste pequeno texto é a base da “metodologia” da construção da moral, entendendo método como o fazer no dia-a-dia diante do comportamento inadequado do aluno ou filho.
Como lidar com o comportamento agressivo, insensível, desobediente, descontrolado e outros?
Alem de combinar regras, o que fazer quando elas forem ignoradas?
A teoria propõe que vigiemos nossas ações para que elas não tenham uma postura expiatória, ou seja que elas não tenham a intenção de fazer a criança pagar pelo que fez e a nossa postura transpire a de um executor. Uma vez submetida a pena expiatória ( similar ao antigo ajoelhar no milho) a criança sente que já não deve mais nada, expiou sua culpa, pode fazer de novo. A consciência do mal praticado por ela fica por conta do adulto, não permitindo que ela desenvolva um raciocínio moral autônomo.
A postura construtivista deve ser em primeiro lugar calma, para que a criança realmente perceba que estamos apenas cumprindo uma regra que foi combinada de forma clara e que é conseqüência da ação da própria criança. Só ela é responsável por aquela sanção, quando muito podemos ser apenas solidários com o erro infantil, mas sem deixar de aplicar a sanção por reciprocidade. Essas sanções podem ser:
1 – Conseqüência naturais (a privação resulta diretamente da ação, (quebrou ou perdeu)
2 – Compensações (consertar ou substituir)
3 – Privar o transgressor do objeto mal-usado ( um brinquedo, computador, etc)
4 – Exclusão do grupo até que consiga seguir as regras do mesmo. ( do jogo ou da atividade)
5 – Fazer à criança o mesmo que ela fez. (só no caso de recusar ajuda-la)
6 – Censura ( para que perceba a transgressão do vínculo de solidariedade decepcionando)
Na escola, a fim de deduzirem a possibilidade de as crianças sentirem as conseqüências como arbitrárias e punitivas, os professores construtivistas seguem nove diretrizes que protegem a autonomia das crianças. ( em casa podem ser adaptadas)
1 – Evite sanções expiatórias
2 – Encoraje a associação lógica das conseqüências
3 – Quando as crianças sugerirem uma conseqüência muito severa para o amigo peça para que o transgressor diga o que sente e apóie esse sentimento
4 – Verbalize a relação de causa-efeito, quando ocorrem conseqüências naturais.
5 – Permita seletivamente, a ocorrência de conseqüências naturais. ( ex.: tratar do amigo que machucou)
6 – Ofereça oportunidades para a compensação. (Consertar o que fez)
7 – Quando a exclusão é utilizada, abra caminho para a readmissão.
8 – Quando as crianças excluem outras, ajude o excluído a encontrar um modo de reingressar na brincadeira e melhorar a relação com os companheiros
9 – Evite conseqüências indefinidas Ex.: a exclusão de um aluno da próxima excursão pode ser planejada de forma que em outra mini excursão ele retoma a confiança de que seguirá regras.
Posso testemunhar a eficácia dessa postura após anos de aperfeiçoamento na utilização desta prática. A disciplina encarada como a construção da moral pelo aluno é uma forma feliz de convivência entre todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem.
“Os professores construtivistas não “disciplinam” as crianças no sentido de controlá-las ou puni-las. Ao invés disso, as alternativas construtivistas a esse tipo de disciplina centram-se em estratégias de apoio à construção pelas crianças, de convicções sobre o relacionamento cooperativo com outros. A distinção de Piaget entre sanções expiatórias e por reciprocidade é a base para o planejamento das reações a maus atos.”
O trecho acima foi retirado do livro A ética na educação infantil, a que já me referi em outros textos já publicados aqui. Este conceito expresso neste pequeno texto é a base da “metodologia” da construção da moral, entendendo método como o fazer no dia-a-dia diante do comportamento inadequado do aluno ou filho.
Como lidar com o comportamento agressivo, insensível, desobediente, descontrolado e outros?
Alem de combinar regras, o que fazer quando elas forem ignoradas?
A teoria propõe que vigiemos nossas ações para que elas não tenham uma postura expiatória, ou seja que elas não tenham a intenção de fazer a criança pagar pelo que fez e a nossa postura transpire a de um executor. Uma vez submetida a pena expiatória ( similar ao antigo ajoelhar no milho) a criança sente que já não deve mais nada, expiou sua culpa, pode fazer de novo. A consciência do mal praticado por ela fica por conta do adulto, não permitindo que ela desenvolva um raciocínio moral autônomo.
A postura construtivista deve ser em primeiro lugar calma, para que a criança realmente perceba que estamos apenas cumprindo uma regra que foi combinada de forma clara e que é conseqüência da ação da própria criança. Só ela é responsável por aquela sanção, quando muito podemos ser apenas solidários com o erro infantil, mas sem deixar de aplicar a sanção por reciprocidade. Essas sanções podem ser:
1 – Conseqüência naturais (a privação resulta diretamente da ação, (quebrou ou perdeu)
2 – Compensações (consertar ou substituir)
3 – Privar o transgressor do objeto mal-usado ( um brinquedo, computador, etc)
4 – Exclusão do grupo até que consiga seguir as regras do mesmo. ( do jogo ou da atividade)
5 – Fazer à criança o mesmo que ela fez. (só no caso de recusar ajuda-la)
6 – Censura ( para que perceba a transgressão do vínculo de solidariedade decepcionando)
Na escola, a fim de deduzirem a possibilidade de as crianças sentirem as conseqüências como arbitrárias e punitivas, os professores construtivistas seguem nove diretrizes que protegem a autonomia das crianças. ( em casa podem ser adaptadas)
1 – Evite sanções expiatórias
2 – Encoraje a associação lógica das conseqüências
3 – Quando as crianças sugerirem uma conseqüência muito severa para o amigo peça para que o transgressor diga o que sente e apóie esse sentimento
4 – Verbalize a relação de causa-efeito, quando ocorrem conseqüências naturais.
5 – Permita seletivamente, a ocorrência de conseqüências naturais. ( ex.: tratar do amigo que machucou)
6 – Ofereça oportunidades para a compensação. (Consertar o que fez)
7 – Quando a exclusão é utilizada, abra caminho para a readmissão.
8 – Quando as crianças excluem outras, ajude o excluído a encontrar um modo de reingressar na brincadeira e melhorar a relação com os companheiros
9 – Evite conseqüências indefinidas Ex.: a exclusão de um aluno da próxima excursão pode ser planejada de forma que em outra mini excursão ele retoma a confiança de que seguirá regras.
Posso testemunhar a eficácia dessa postura após anos de aperfeiçoamento na utilização desta prática. A disciplina encarada como a construção da moral pelo aluno é uma forma feliz de convivência entre todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem.
Fantástico!
ResponderExcluirAdorei! Esclarecedor, claro, objetivo, com uma linguagem acessível. Parabéns!
Att
Gabrielle