Quando dizemos: o construtivismo no cotidiano escolar estamos nos referindo a práticas aparentemente simples como “passar” e “cobrar” tarefas para casa, propor atividades em aula, observar o respeito do aluno às regras disciplinares da escola, propor e acompanhar o trabalho em grupo, corrigir o trabalho do aluno, elaborar uma prova, observar a responsabilidade com que o aluno cuida de seu material, e limpeza ao redor e saber que os valores familiares do aluno refletem no desenvolvimento da autonomia e auto-estima.
Esses verdadeiros “dogmas” da escola que são: autonomia, aula expositiva, tarefas correção e avaliação, responsabilidade e auto-estima, são ainda tratados como aprendemos e como nossos avós aprenderam, mas se pensarmos que estamos educando para as competências de um novo século, devemos nos perguntar:
Estamos refletindo sobre essas práticas?
O professor no novo século precisa ser autônomo e responsável para individual e coletivamente refletir e ressignificar essas práticas escolares, velhos paradigmas herdados do passado por gerações. Mas precisamos ter consciência que esses antigos paradigmas orientam a idéia que a sociedade tem destas práticas escolares.
O processo de mudança precisa envolver a família e ser um objetivo consciente dela.
Qualquer mudança gera insegurança e desconfiança e esses sentimentos da família diminuem a eficácia do trabalho escolar, portanto as decisões pedagógicas precisam ser claramente fundamentadas, tanto para os professores, quanto para os pais.
Não com a antiga visão de dona do saber da antiga escola autoritária – própria de uma ideologia da época – mas da escola de um novo tempo, com uma ideologia que visa ajudar a desenvolver o cidadão que se preocupa com a sociedade e com o planeta. E é essa ideologia, na família e na escola, norteando ações conjuntas nos cuidados com a tarefa, o material escolar, o uniforme, o estudar, a análise dos relatórios de ocorrências disciplinares, o tratamento do lixo, o respeito às diferenças, a relação com o conhecimento, entre outros aspectos do cotidiano escolar que garantirão a eficácia do trabalho pedagógico.
É por isso que nos propusemos a discorrer sobre esses temas, clarificando as ações educativas da escola, coerentes com os objetivos do novo século. Segundo Perrenoud, a ideologia do sócio-construtivismo está ligada a “uma visão da escola que visa a democratizar o acesso aos saberes, a desenvolver a autonomia dos sujeitos, seu senso crítico, suas competências de atores sociais, sua capacidade de construir e defender um determinado ponto de vista” (As competências para ensinar no século XXI. 2003).