REGRAS PARA EDUCAR COM LIMITES
Que
nossos filhos precisam ser educados com limites é voz comum, mas o que
exatamente significa isso?
Antes
de mais nada, vamos definir o que se entende por limite.Para este fim e neste
texto vamos usar uma definição consensual:
Limite é o ponto onde termina o nosso direito e começa o
do outro.
Sendo esta definição
tão simples e óbvia, por que é tão difícil transformar teoria em prática?
Isto se deve ao fato
do nosso comportamento ser o resultado de algumas convicções intimas ou crenças
que, mesmo inconscientemente norteiam nossas ações como pessoas e pais.
Para descobrir por que
é tão difícil seguir algumas regras básicas para educar com limites temos que
aprofundar nosso auto-conhecimento, buscando dentro de nós a causa da
dificuldade. Algumas crenças pessoais facilitam uma educação social mais
adequada, mas este seria o motivo para outro texto.
Ainda assim, será
válido repensar as regras básicas a
seguir, como ponto de partida para uma reflexão pessoal:
Regra nº 1 – Que haja muito diálogo desde tenra idade,
cheio de causas, conseqüências e porquês.Isso treinará nosso filho a raciocinar
de forma lógica para depois entender a reciprocidade que exige o respeito aos
outros;
Regra nº 2 – Que só se "cobre" o que a idade permite,
lembrando sempre que no início, por mais que você explique o porquê do “não”, e
ele não entenda, mesmo assim, deverá OBEDECER (de preferência, por bem);.
Regra nº 3 – Que não se prometa uma sanção (“castigo”)
que não se possa cumprir.Ex.: “Se você repetir de ano não haverá viagem de
férias”. “Se você não se comportar, nunca
mais vai sair comigo”;
Regra nº 4 – Que o “castigo”, se
houver, tenha ligação lógica com a infração ou falta cometida:
- não
se comportar no jantar com visitas acarretará seu afastamento desta
refeição coletiva;
- quebrar
ou perder algo de valor de alguém exigirá uma tentativa de reparação ou
conserto;
- os
mais velhos só poderão esperar a satisfação de seus direitos de lazer após
cumprir com seus deveres ( que deverão ser combinados previamente entre as
partes).
Regra nº 5 –Que as regras familiares sejam claras e
respeitadas, independente de nossos humores;
Regra nº 6 – Que
pai e mãe não sejam "iguaizinhos" na forma de educar os filhos.O aconselhável é que
sejam diferentes! Mãe é amor incondicional, a mãe ama no presente, o pai ama se
a lei for cumprida, sua preocupação é o futuro do filho. As duas formas de amar
são necessárias.
Regra nº7- Que, alguns
valores universais como honestidade, respeito, lealdade e tolerância com as diferenças sejam comuns na
família, neste sentido a máxima ideal é “colocar-se no lugar do outro”;
Regra nº8 – Que, como exemplo, a criança presencie em
seu cotidiano a concretização de bons
acordos entre os familiares, para aprender como estabelecer as fronteiras
pessoais e construir relacionamentos
baseados no respeito e consideração recíprocos;
Regra nº 9 – Que os educadores acreditem que o
comportamento moral e ético nasce do respeito às regras sociais e que só a
democracia nos trará a justiça social. Que se interessem e respeitem os
princípios éticos dos direitos humanos na sua convivência diária, para que
nossos filhos façam parte de uma geração que promova a paz entre os homens.
Regra nº 10 – Que se
aceite profundamente a verdade que:
“não criamos os filhos para nós, mas para o mundo”.
Temos
certeza das dificuldades decorrentes de seguir estes princípios, mas a experiência
de muitos anos de teoria e prática nos garante que a simples busca por
segui-los já contribuirá para uma
sociedade melhor e, consequentemente, que nossos filhos serão mais felizes.