domingo, 23 de agosto de 2009

O papel do pai é o de mostrar o sonho e a lei.

Há muitos e muitos anos atrás, os pais conviviam mais com os filhos do que as mães. As tarefas do campo ou artesanais faziam dos pais o primeiro professor de ofícios. Segundo Robert Biy, conferencista americano, escritor do livro “João de Ferro” sobre o psiquismo masculino, durante a estada no ventre da mãe o filho aprende a afinar-se com a freqüência feminina, mas com o pai essa freqüência é aprendida com o conviver.


Com a vinda da era industrial, há 150 anos atrás, a cada geração aumenta o afrouxamento do laço entre pai e filho. O pai trabalha fora de casa e o filho não só não aprende seu oficio como tambem deixa de sintonizar seu corpo numa vibração masculina. Segundo o autor, “ os filhos que não tiveram passado por essa sintonização sentirão fome de pai durante toda a vida”. Este pai do qual estamos falando não é só o progenitor, muitos pais substitutos podem trabalhar com os jovens: tios podem estimular seu crescimento, avós podem lhes contar histórias, velhos podem ensinar rituais e tradições; todos eles pais honorários.


Em “ João de Ferro” temos um retrato da atual situação da sociedade contemporânea sob a acusação de ter “pais de menos”. Com essa distância e desconhecimento do ofício do pai, como imaginar que ele é um herói? Como saber que o pai é um lutador do bem? Some-se ao imaginário (ou até por ele), os filhos, as mães e a própria mídia mostrarem os pais como objetos de riso como vemos nos comerciais de TV, promovendo uma ridicularização deste papel : torna ainda mais difícil a posição de mentor.


E como fazer a função paterna retomar seu vigor e importância? Voltando ao passado, quando o filho aprendia, “junto ao pai, ao consertar pontas de flechas ou arados, ou lavar pistões na gasolina, ou cuidar dos partos junto aos animais” ?
O que o pai moderno pode contar ao filho sobre o seu trabalho? Serão éticos os princípios que o fazem acordar todo o dia cedo e ausentar-se de casa? Trabalha-se por gosto do ofício? Por dinheiro? A empresa é idônea? Respeita o meio ambiente? È um trabalho digno de orgulho? Esse guerreiro luta pelo quê? Qual é o seu sonho, seu ideal? Continua lutando...desistiu?


Há muito o que ensinar na era do conhecimento, há de se valorizá-lo como os cavaleiros medievais aos seus tesouros. Há também que se reinventar essa versão de pai contemporâneo. Se os antigos tinham as espadas agora estes têm a lei e a ética. Aos pais cabe ainda e talvez principalmente, cortar a relação simbiótica entre mãe e filho, como apontou Freud, e fazer esse filho crescer como pessoa, fora da superproteção da mãe, mostrando a lei da vida, preocupando-se com o futuro adulto, colocando limites que serão fundamentais ao convívio social de um futuro cidadão.Temos visto muitos pais com fortes intenções de cumprirem seu papel, alguns muito ríspidos e intolerantes outros excessivamente tolerantes com os erros dos filhos, mas ambos com boas intenções. È claro que o segredo esta no meio termo, mas isto é fácil de escrever e difícil de fazer. Nosso conselho é que continuem com seus cuidados, sem esquecerem que é com vocês que eles aprenderão o papel masculino: A menina escolherá seu marido “ideal” e o menino se tornará “O” pai.

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